Pedro Ferreira
Hoje, o meu pensamento recua cerca de 32 anos, altura em que pela primeira vez senti a perda de alguém muito próximo, talvez a primeira vez que tenha ouvido falar da morte. Lembro-me uns anos mais tarde, chorar pela primeira vez pela perda da minha bisavó Amália.
Vivia-se o tempo das campas em terra, com uma chapa metálica à cabeceira com um número de identificação, apenas os mais abonados, tinham uma campa em pedra mármore ou granito. Mas recordo o carinho com que todos os anos, regressava à campa do meu avô paterno e da minha bisavó, e desfolhando flores de várias cores, lá íamos enfeitando a campa com centenas de pétalas, com alguns desenhos à mistura. As velas, não tinham copos nem castiçais ou candeeiros.
Os tempos mudaram e as mentalidades também, muito do sentimento de dor, de perda ou saudade, deram lugar à ostentação.
As flores as velas ou até mesmo campas “espampanantes”, não vão trazer de volta aqueles que partiram, nalguns casos sem terem recebido uma única flor em vida, não terem recebido um carinho, um beijo.
Não é a quantidade de velas, e flores que mostram o quanto nos lembramos dos nossos entes queridos ou o quanto sentimos a sua falta. Preservando a memória dos mortos, devemos dar mais atenção aos vivos, aos valores da amizade, da família e do respeito.
O texto que se segue é da autoria do amigo Cunha.
Vivemos o dia que no calendario marca como sendo o Dia de Todos os Santos.O Dia que para nós é motivo de rumar aos cemiterios nacionais e em oraçao relembrar o que foi a vida passada com os nossos entes, com os amigos que partiram e mesmo aqueles que na agonia da dor sucumbiram á vida terrena. A vida nao se esgota assim ( pelo menos é o que eu quero pensar!).Da minha memoria guardo os bons momentos saudaveis da familia, dos valores e do conforto! Que sirva este momento para repensarmos a nossa vida e os seus valores pois esses ficarão para sempre comigo!Esta vida é uma passagem e como diz a Biblia : do pó vens..ao pó tornarás!
Texto de Fernando Cunha
Paragem do tempo num click... 